05/12/2011
13/11/2011
Carry Me Home - Apostolic Church of God
Nunca precisei frequentar missas. Quando dormia na casa de algum amigo da escola, desavisada, acordava no domingo achando tudo aquilo muito estranho - pessoal arrumado, café passado, e meus amigos com cara de enterro, mesmo sendo domingo. Eu acompanhava, mesmo com roupa do dia anterior, toda suja de tinta e barro. Lembro de olhar pra cima e sempre ver a cara das senhoras sorrindo amarelo pra mim, perguntando para os outros "filha de quem?", era a menina engraçadinha que acompanhava.
Chegava em casa, meu pai de pijama vendo fórmula 1 e tomando seu clássico nescafé.
Chegava em casa, meu pai de pijama vendo fórmula 1 e tomando seu clássico nescafé.
04/09/2011
Sarjeta Clandestina

Acontece que esse quarto ainda vazio, pulsante de possibilidade e porvires, deixou um outro quarto vazio.
Vazio desesperançoso.
Sobrou só o carpet - com um cheiro terrível devido ao novo cachorro desobediente.
O cheiro azedo é varrido, em alguns finais de semana, por uma agradável e, ainda assim, agoniante brisa do mar que entra pela janela sem pedir licença.
Na real, brisa é uma palavra muito bonita. Acho que o certo seria Maresia. Aquela mesma que destrói a sua bicicleta na praia. Engraçado que mesmo você ficando chateado quando chega pra temporada e descobre, aquela bicicleta enferrujada rende os melhores momentos da sua vida.
O quarto que está sendo deixado fica um pouco mais interessante quando cai uma vergonhosa lágrima no chão.
E você se pergunta o porquê.
Por que merda eu tô chorando?
O quarto tá vazio e você sabe que já tentou de tudo pra mantê-lo cheio.
Fracasso? Saudade? Medo?
A maresia entra pela janela e faz as cortinas reaparecerem.
A brisa bate na cara e você percebe que acabou de pisar num colar de pedras que saiu misteriosamente de uma das caixas empilhadas no canto.
Tropeça, cai, chora.
Inútil.
O quarto da nova velha casa no alto da XV tem muito futuro.
E você pensa: E daí?
13/07/2011
28/02/2011
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